Viagem sozinha para Nova Iorque por 10 dias
- Gabriela Menossi
- 12 de set.
- 3 min de leitura

Foto por Gabriela Menossi
Viajar sempre foi uma forma de realizar sonhos para mim. Ter a oportunidade de passar 10 dias sozinha em Nova Iorque foi transformador e não apenas por estar em uma das maiores cidades do mundo, mas por viver a experiência de me virar em um país que não é o meu.
A viagem sozinha para Nova Iorque começa: desafios de acessibilidade
Essa foi minha primeira viagem sozinha para Nova Iorque, e meu companheiro foi o meu implante coclear. Logo no avião, já percebi como a acessibilidade ainda é um desafio: os fones de ouvido não tinham volume suficiente para pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Pequeno detalhe? Para mim, fez diferença.
Chegada e primeiras impressões em viagem sozinha para Nova Iorque
Ao chegar, meu transfer estava me esperando e o hotel foi uma grande surpresa: amplo, com dois elevadores enormes e música ambiente — algo simples, mas que me deu sensação de acolhimento logo de cara.
Viagem sozinha para Nova Iorque: Metrô e o medo
Confesso, eu tive medo de pegar o metrô. E se eu me perdesse? E se não conseguisse voltar para o hotel?Mas aos poucos fui me sentindo confiante. Usei o mapa no celular, pedi informações para funcionários e passageiros, e consegui fazer várias rotas sozinha. A única dificuldade foi o som dos anúncios do metrô, que assim como no Brasil, não é muito alto, mas nada que me impedisse de me virar.
Times Square: caos, luzes e silêncio
Estar na Times Square foi uma mistura de sentimentos, tudo muito grande, iluminado, barulhento e difícil de se comunicar. Também foi desafiador enxergar no escuro em alguns pontos da cidade. Mas ali descobri um truque: quando queria calma, desligava o implante coclear. Era libertador, o barulho e até os vendedores tentando me abordar desapareciam, e eu podia apenas observar aquele espetáculo de luzes em silêncio.
Central Park e a sensação de liberdade
Andar pelo Central Park foi como viver uma cena de filme, inclusive aqueles filmes policiais que passam na TV e que me vinham à mente. Mas nada me abalou, continuei andando e vivendo aquele sonho de estar ali, sozinha, em um dos lugares mais icônicos do mundo.
Museus e encontros inesperados
Os museus foram um capítulo à parte. Os fones de ouvido dos audioguias eram difíceis de usar e às vezes não se encaixavam bem, o som era baixo, o que tornava difícil acompanhar a explicação. Mas tive sorte, encontrei uma pessoa super gentil, me ajudou e acabei tendo uma longa conversa com um casal sobre arte, cultura e até sobre o Brasil. Esses encontros foram um dos pontos altos da viagem.
Restaurantes e desafios para pedir comida
Fiquei surpresa com o quanto os restaurantes eram acessíveis, quase todos com elevador e estrutura bem planejada. Mas pedir comida foi complicado porque muitos apps exigiam número de telefone americano, o que me impediu de fazer pedidos pelo celular. Tive que me adaptar, ir ao mercado ou sair para comer um Mc Donalds, naquele frio.
O dia em que me senti mais corajosa
Um dos momentos mais marcantes foi quando fui ao Financial District, um dos lugares mais corporativos de NY. Senti um medo enorme ao chegar — tudo parecia gigante e impessoal. Não sabia nem como voltar para o hotel. Respirei fundo e pensei "vou só aproveitar, depois vejo no celular como voltar." E foi a melhor decisão que tomei. Caminhei sem pressa, observei tudo e, no fim, usei o mapa para voltar. Foi uma prova real de que consigo me virar, mesmo sem saber exatamente o que esperar.
Acessibilidade em NY: o que encontrei
No geral, Nova Iorque me surpreendeu. É uma cidade com boa estrutura para pessoas com deficiência: sinalização clara e avisos visuais no transporte. Não é perfeito, mas me senti capaz de andar pela cidade e fazer minhas atividades sem depender de ninguém.
O que essa experiência me ensinou
Essa viagem foi a melhor prova de que sou capaz de ser independente e isso moldou quem sou hoje. Fui demitida de um trabalho pouco antes de viajar e não estava no clima de passeios. Mas transformei esses 10 dias em aprendizado e descanso. Voltei mais forte, confiante e pronta para experienciar novos desafios.
Minhas dicas para quem vai a NY sozinho
Use o Google Maps: foi meu maior aliado para planejar rotas e voltar para o hotel sem estresse.
Use o cartão OMNY no metrô: paguei tudo no crédito usando o cartão Nomad, e o valor foi debitado direto em dólar.
Leve dinheiro contado: isso me ajudou a não gastar mais do que podia e manter meu planejamento.



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