1ª Parada do Orgulho PcD aconteceu em São Paulo e pretende chegar ao resto do Brasil durante o ano
- Gabriela Menossi
- 24 de set. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de nov. de 2023
Por: Gabriela Mazzone Menossi
Data: 24.09.23

Neste domingo, em São Paulo, aconteceu a primeira Parada do Orgulho das Pessoas com Deficiência. O evento foi um marco na luta pela inclusão e visibilidade, reunindo centenas de pessoas com e sem deficiência, as quais, passavam pela Avenida Paulista.
Com o lema “Diversidade somos nós: respeite nossas diferenças”, a parada promoveu uma atmosfera de celebração e conscientização. Os participantes reivindicaram acessibilidade universal, equalização de oportunidades e o fim do preconceito. O evento foi um passo importante para promover uma sociedade mais inclusiva e justa, onde todas as vozes são ouvidas e respeitadas.
Pedro Fernandes, um dos organizadores do evento, do qual foi criado pela Organização Não Governamental (ONG), Vale PCD em conjunto ao Quilombo PCD, disse que as duas ONGs, este ano, tiveram a iniciativa de falar nas redes sociais sobre “orgulho PCD”. Dessa forma, surgiu a ideia de organizar a 1ª parada PCD da história do Brasil, em São Paulo. Segundo Pedro, estão se organizando para irem entre este ano e o que vem, para todos os estados brasileiros.
O time da Vale PCD, junto de Júlia Piccolomini e Priscila Siqueira, Líderes da ONG, explicaram que inclusão não faz parte do manifesto, “pois entendemos que não precisamos ser incluídos em nenhum lugar, porque já estamos aqui, participando do que é nosso direito.” Ainda disseram que “as pessoas sem deficiência que precisam ser incluídas, pois, sempre existiram em toda a humanidade. E ao longo do processo a gente identifica as barreiras interpostas a nossa participação social. Já conhecemos a dinâmica da sociedade capacitista.” Quilombo PcD e Vale PcD dizem juntos, “combinaram de nos excluir e nós de resistir.” Frase do Movimento Negro.
Júlia leu o Manifesto Anti-Capacitista que diz o seguinte:
“Sociedade, pare de negar as humanidades das pessoas com deficiência, pare de invisibilizar as resistências das pessoas com deficiência, pare de nos matar em vida, nós estamos vivos, existimos e somos pessoas com deficiência, pare de reduzir as vidas e atribuir dores e sofrimentos a nossa resistência, pare de nos tratarem como um fardo. Somos pessoas com deficiência, e, nós continuaremos existindo por toda a forma, como nascimento ou envelhecimento, e, isto, faz parte da diversidade da vida. Segregar a convivência das pessoas com deficiência, não mudará as pessoas que somos, nós existimos e somos pessoas com deficiência. Chega de nos negar oportunidades, marginalizar corpos, ignorar nossa existência e nos classificar como defeitos e nos definir como doenças. Somos mulheres, homens, trans, negros, brancos, idosos, LGBTQIAPN+, cisgêneros e pessoas com deficiência. Nossos corpos têm poder, nossas vidas têm prazer, e as regras sobre os territórios são nossos. Reivindicamos a nossa presença em todos os espaços. Reclamamos a nossa autonomia, como cidadãs e cidadãos direitos. Exigimos respeito às nossas vidas, esse manifesto é um compromisso e chamado de ação, para a expansão de toda a sociedade, a compreensão de que você, nós pessoas com deficiência somos potências. E, que, enquanto a sociedade insistir em nos encarcerar no imaginário de não poder fazer atividades comuns às pessoas sem deficiência, nós continuaremos fazendo de tudo, para libertar a sociedade do medo de reconhecer as humanidades das pessoas sem deficiência, em nossas humanidades e, nas humanidades das pessoas com deficiência. A luta é pela libertação da sociedade do vexame, da existência do capacitismo, do lembrete pela emancipação, pela humanidade, pois, não haverá pluralidade sem as pessoas com deficiência.”
Fernanda Bittencourt, estudante de Design Gráfico na Universidade Cruzeiro do Sul, mora em São Paulo e participou da parada do orgulho PcD. Fernanda diz que para esse primeiro evento, está sendo incrível todas as atrações que os organizadores trouxeram.
A estudante também comenta que o evento acontecendo na Avenida Paulista, não é uma região acessível, mas, Vale PcD e Quilombo PcD levaram a acessibilidade para o evento.
De acordo com Pedro e Bittencourt, a acessibilidade incluía guarda-chuvas para o sol escaldante. A parada aconteceu perto do shopping Cidade São Paulo e de cafeterias como Starbucks, onde contém banheiros e alimentação. A parada também contou com intérprete de Libras.
Em entrevista, a musicista também chamada Fernanda, que preferiu não divulgar o sobrenome, comentou sobre a acessibilidade no evento, ela diz que o guarda-chuva oferecido pelos organizadores está essencial para o sol e o calor que está ocorrendo na região de São Paulo.
O Vale PcD e Quilombo PcD fazem um convite, “junte se a nós pessoa sem deficiência, junte se a nós na conquista de uma sociedade da qual, o preconceito não nos dissocie e a deficiência seja apenas mais uma diferença que nos torna semelhante.”



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