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Pessoas com deficiência têm maior dificuldade de estarem empregadas ou em cargos de liderança

  • Gabriela Menossi
  • 22 de ago. de 2023
  • 7 min de leitura

Atualizado: 9 de nov. de 2023

Por: Gabriela Mazzone Menossi

São Paulo, 22 de agosto de 2023


A diversidade nas empresas, é uma pauta que vem se tornando cada vez mais frequente nas conversas entre empresas. Uma corporação inclusiva, a torna inovadora, criativa e transformadora no mercado.

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Por: Vagas.com















A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é um tema de grande importância e relevância atualmente. A busca por igualdade, equidade e oportunidades justas para todos é fundamental para construir uma sociedade mais diversificada e inclusiva.

No entanto, enfrentamos desafios significativos nesse cenário.


Muitas vezes, as pessoas com deficiência encontram barreiras ao tentar ingressar ou avançar em suas carreiras. A falta de acessibilidade, preconceitos enraizados e desconhecimento por parte da sociedade são algumas das barreiras que precisam ser superadas.


Segundo Thomás Levy Chefe de Comunicação do gabinete da Deputada Estadual de São Paulo, Andrea Werner, a Relação Anual de Informações sociais (Rais), confirmou em 2022 que somente 1% desse público, sendo 18,6 milhões de pessoas com deficiência no Brasil e, somente esta porcentagem está trabalhando formalmente, no país.


Thomás afirma que “estamos vivendo ainda em um apagão de dados quando falamos sobre pessoas com deficiência, pois, os números do RAIS não correspondem aos trazidos pelo PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), e é possível termos uma distorção quando pensamos em pessoas desocupadas.” Levy explica que é possível obtermos uma distorção, pois conforme o IBGE, “uma pessoa desocupada, é aquela que pode trabalhar, porém, está procurando por emprego”.


O porquê da distorção, o chefe de comunicação complementa que após muitos processos seletivos, as pessoas acabam não buscando mais por trabalhos. E segundo Thomás, essas pessoas estão dentro do que chamamos de “pessoas desocupadas”, mas elas desaparecem nas estatísticas.


Juliana Marra, Gerente de Comunicação em Relações com o Governo e parte do Conselhão (Conselho de Desenvolvimento Sustentável) ligado ao Presidente da República, diz, que as políticas públicas para pessoas com deficiência dão abertura para a inclusão, mas que ainda é um desafio nas corporações, ao existir uma Lei de cumprimento de cotas, da qual, as empresas precisam considerar.


Esta Lei em que Juliana se refere, conforme o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, é a seguinte: “De 100 a 200 empregados, a reserva legal é de 2%; de 201 a 500, de 3%; de 501 a 1.000, de 4%. As empresas com mais de 1.001 empregados devem reservar 5% das vagas para esse grupo.”


Marra explica que muitas empresas têm dificuldade de atingir essas porcentagens dentro delas, pois “é difícil encontrar pessoas para a qualificação naquela vaga, na habilidade que precisa.


Juliana acredita que as empresas precisam investir em parcerias para capacitação.

Segundo a gerente de comunicação, muitas pessoas com deficiência não conseguem estar capacitadas, pois, não tiveram as mesmas oportunidades educacionais que os demais. Juliana conclui que a política pública “está aí”, mas que a lei, sozinha, não consegue resolver.


“Existe um número menor de pessoas com deficiência empregadas e, falando em liderança de modo geral, também já há menos cargos.” Marra explica.

Juliana Marra finaliza dizendo que na política, ela conhece, sem citar nomes, somente uma pessoa com deficiência de todos os partidos que a mesma convive.


Grupo de afinidade nas empresas se fortalecem nos últimos anos

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Por: Autor desconhecido Evento Inclusão em Foco

Existe um movimento atualmente, chamado “grupos de afinidades” para pessoas com deficiência e outras minorias, visando mudar o olhar para com essa comunidade, sobre melhorar a acessibilidades nas corporações, além de tratar conteúdos, dos quais, visa “educar” uma sociedade capacitista. Essa pequena comunidade tem o conceito de unir e dar apoio aos grupos minoritários, deixando a convivência entre os funcionários mais atrativa e mais potente nas formas de se relacionarem entre si.


Os grupos de afinidades, procuram projetos que edifiquem a empresa e fornecendo um propósito para uma companhia mais inclusiva. Além de mostrar o quão é importante ter diversidade e públicos com opiniões e pensamentos diferentes, como explica Luiza Nunes, Gerente de Diversidade & Inclusão. Luiza também comenta sobre esses grupos, Nunes diz, “estes coletivos fornecem crescimento e propósito para as empresas e é um ambiente onde pessoas com deficiência possam se sentir mais incluídas no mercado”.


A porcentagem de participação das pessoas com deficiência no mercado, é de 26.6%, menos da metade do índice entre as pessoas sem deficiência, sendo de 60,7%. Segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça, 2022).


Luiza Habib concorda que a sociedade está se atentando a diversidade e inclusão, mas ainda assim, segundo Habib, “tem muito o que melhorar”. Muitas empresas de pequeno porte, não estão levando oportunidades para as pessoas com deficiência, pela crença de incapacidade desse público na função. Explica Luiza.


No evento Women On Top, do qual, ocorreu em São Paulo, no World Trade Center, no dia 6 de maio, teve a presença de mulheres na liderança de diversas empresas, Cristina Palmaka, Presidente da SAP e, uma das palestrantes, comentou sobre a acessibilidade nas empresas, afirmando que inserindo pessoas com a função e a habilidade das mesmas, é enriquecedor para o negócio.


Segundo Cristina, no evento do Women On Top, explicou que, os coletivos ou grupos de afinidades são importantes para apoiar a liderança, sobre os conceitos de pessoas com deficiência. Palmaka comentou em como praticar a inclusão e não fazer as empresas esquecerem desse detalhe. Além de oferecer aprendizados e treinamentos de capacitação em inclusão, para todo o negócio.


O mercado de trabalho e a preparação na contratação de PcDs.

Guilherme Magalhães, Jornalista e Gerente de Comunicação na Meta, afirma que o mercado não está preparado para contratação de PcDs, atualmente. Guilherme explica que enxerga avanços em alguns setores e principalmente em empresas maiores, onde se têm mais condições de implementar ferramentas ligadas à diversidade e inclusão. Mas, Guilherme assegura de que o país está longe do ideal.


Magalhães também reforça um ponto extremamente pensado por pessoas com deficiência, ele diz “Há ainda uma certa confusão que faz com que as empresas pensem que basta contratar uma certa quantidade de pessoas de grupos sub representados para garantir que são diversas. Ao passo que, na verdade, não se prepararam para de fato receber bem essas pessoas e proporcionar a elas uma experiência real de desenvolvimento e de crescimento de carreira. Não basta apenas cumprir uma cota”.


Guilherme complementa sobre a necessidade de esse cumprimento da lei ser feito intencionalmente, dizendo “É preciso que o trabalho de diversidade e inclusão seja feito de maneira intencional e contínua, que permeie todas as etapas da jornada, desde a prospecção de candidatos, passando pela contratação, o onboarding, o desenvolvimento e até a eventual demissão.” O jornalista também disse que os gestores precisam estar mais capacitados para receberem e contratarem pessoas com deficiência nas companhias.

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Por: Gabriela Menossi

Marina Dotto Lima, psicóloga e pessoa com deficiência, ela ressalta que ainda existem vagas que seriam adequadas para pessoas com deficiência, Lima afirma que muitas empresas continuam focadas nas vagas afirmativas, das quais, são “obrigadas” a cumprirem, o que, segundo a psicóloga, ajuda na contratação desses profissionais. Mas, ela finaliza “não deveria ser o único caminho de entrada”.


Marina traz seu ponto de vista dizendo, “vejo que as empresas poderiam passar a buscar candidatos com deficiência para qualquer vaga, assim como fazem para outros tipos de diversidade. Nessa linha, acredito que falte conhecimento por parte das empresas sobre o universo das deficiências e sobre boas práticas para inclusão efetiva”. Lima explica que pessoas com deficiência não se concentram na liderança, por conta de as empresas focarem em vagas afirmativas e não na inclusão do candidato com deficiência.

A profissional de RH também opina e diz “vejo que para casos em que as vagas de liderança são preenchidas por processos seletivos internos nas empresas, às vezes falta protagonismo dos próprios profissionais com deficiência para se candidatarem, e às vezes é por conta de maioria estar ocupando cargos no nível júnior da carreira e, assim estar muito distante das posições de liderança.”


Fernanda Menezes Leite, em seu livro “Mercado de Trabalho e Pessoas com Deficiência”, a autora explica que o direito ao trabalho é definido como o direito de toda pessoa ter oportunidade de trabalho escolhido de livre espontânea vontade.


Já sobre o direito ao trabalho, Leite explica que é a oportunidade que toda pessoa tem de obter os meios para levar uma vida digna e decorosa pelo desempenho de atividade lícita, livremente escolhida ou aceita.”


De acordo com Janaina Gama, líder de Educação Corporativa de Diversidade e Inclusão e Professora do Programa de Diversidade da Aberje “as empresas passaram a compreender seus papéis sociais e os impactos que geram não apenas internamente, mas externamente” Janaina explica. (Sem Limites, 2023).


A professora também acredita que houve um avanço na implementação do programa de diversidade e inclusão nas empresas, tanto na criação de áreas e na contratação de profissionais para estarem na companhia. (Sem Limites, 2023).


Djalma Scartezini, docente da FGV, Aberje e diretor da Rede Empresarial de Inclusão Social (REIS), explica que concorda com o ponto de Janaina de que as empresas estão de fato aprimorando os recursos de diversidade, mas que ainda o Brasil passa por desafios.


“Eu vejo muitos esforços pontuais, maturidades diferentes, pequenas bolhas seguras e alguns setores e empresas um pouco mais avançadas do que outras, mas quando olho para o mercado na totalidade, percebo que ainda precisamos avançar muito”. Pontua Djalma, também sócio e COO da Eligatê, consultoria especializada em projetos de empregabilidade de pessoas com deficiência.


Para Gabriela Augusto, fundadora da consultoria Transcedemos, primeira pessoa Trans a ser reconhecida como under 30 pela Forbes Brasil. “O ritmo da adoção de políticas mais efetivas de diversidade, equidade e inclusão, apesar de ter melhorado, continua muito lento. A gente dá alguns passos para a frente, outros para trás, em ritmo inconstante”.


Clara Bicalho, especialista em Diversidade e Inclusão pela PUC Minas, diz serem necessárias as empresas cumprirem cota de forma genuína. Segundo Clara, “o público precisa ser diverso na companhia”. A especialista em D&I conclui que é preciso deixar o indivíduo dizer o que precisa, e não “mirabolar algo mágico”.


A Gerente de Recursos Humanos na SAP, Eliane De Mitry, em entrevista ao evento Mega Brasil, do qual, ocorreu por dois dias (31/08 e 01/09), Eliane afirmou que na empresa SAP, 91% dos funcionários consideram o ambiente de trabalho inclusivo.


Segundo a gerente de Recursos Humanos, a companhia tem cerca de 217 pessoas com autismo, por 16 países onde a empresa está ativa. Elaine finaliza dizendo, “não tem como falar em diversidade sem ter um ambiente diverso”.

 
 
 

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