Cordão girassol se torna representatividade na identificação de pessoas com deficiências no Brasil
- Gabriela Menossi
- 4 de set. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de nov. de 2023
Por: Gabriela Mazzone Menossi
Data: 04.09.2023
Inspirado na resiliência e na busca constante pelo sol dessa flor, se tornou um símbolo emblemático para representar a luta das pessoas com deficiências ocultas.

Em 19 de julho, foi aprovada a Lei nº 14.624, da qual, recomenda-se o uso opcional do Cordão Girassol para pessoas com deficiências invisíveis no país, representando um avanço importante na identificação e inclusão da população com deficiência.
Através desta Lei e do uso do cordão, emerge uma forma tangível de conscientização e reconhecimento. Este objeto é de uso opcional e se transforma em uma característica que indica que àquela pessoa pode necessitar de acomodações especiais ou compreensão adicional. O cordão de girassol desempenha um papel vital em criar uma sociedade mais inclusiva, onde a diversidade é reconhecida e respeitada.
Portanto, uma ampla gama de deficiências pode ser viável o uso do cordão girassol, como forma de identificação e expressão. Algumas delas são:
— Deficiências Sensoriais
— Deficiências Neurológicas
— Saúde Mental
— Condições Crônicas de Saúde
— Deficiências Cognitivas
— Deficiência Física não Visível
Thomás Levy, Chefe de Comunicação do gabinete da Deputada Andrea Werner, explica que a Lei do cordão girassol significa um passo relevante na sociedade em geral. Além disso, garante mais segurança para as pessoas com deficiência, dando ênfase nas deficiências ocultas. “O que falta é que seja feito pelo governo uma campanha ampla informativa sobre o que o símbolo significa e quais são as deficiências que, no Brasil, são cobertas pelo cordão.”
Thomás continua e cita um exemplo, “houve um momento inicial pós-implementação em que circulou a informação de que o cordão poderia ser usado por pessoas com TDAH e isso conferiu ao transtorno uma condição de deficiência no país — porém, a lei do cordão não alterou que TDAH não é considerado na lei brasileira uma deficiência. Isso mostra ter condições invisíveis que permitam as pessoas necessitarem de algum tipo de suporte, e não há hoje uma forma boa de comunicar isso no meio social — ao mesmo tempo, o conceito jurídico de “pessoa com deficiência” no Brasil é específico, restrito e exclui essas pessoas.” Explica o líder de comunicação da Deputada.
Thomás finaliza, dizendo que existe um, porém, de que o cordão girassol não substitui nenhuma documentação, da qual é exigida pela pessoa com deficiência, como o acesso a espaços e direitos. Levy opina que, “isso pode causar ruído, então, uma campanha informativa é necessária.”
O cordão pode auxiliar na questão de comunicação de suporte, como pessoas que possuem dificuldades em se comunicar ou que possam precisar de algum conforto maior. É parte da interação entre as pessoas e uma forma de facilitar o convívio social para o público que carece de um prazo maior de resposta.
O líder apresenta exemplos, “é um sinal de que aquela pessoa talvez tenha dificuldade em responder caso seja abordada, pode já deixar funcionários de uma cantina alerta de que uma criança pode ter alguma restrição alimentar importante.”
Thomás Levy e o Governo Federal confirmam que o uso do cordão é opcional. “A pessoa escolhe usar quando está em um ambiente e julga que terá uma experiência mais positiva, caso não haja a suposição de que ela responderá a estímulos de uma certa maneira, ou andará em uma velocidade específica, ou que será capaz de se comunicar oralmente”.
Guilherme Magalhães, Gerente de Comunicação de LATAM — Brasil, na Meta, conta que na empresa, com o time de segurança, aderiram ao uso do cordão girassol para clientes, funcionários e visitantes na empresa. O que se tornou uma política regional da companhia Meta, em toda a América Latina.
O uso do cordão em vários estados do Brasil já está sendo implementado. Pessoas com doenças, deficiências ou transtornos ocultos podem já obtê-lo.
Em Minas Gerais, a responsável pela entrega é a Secretária Municipal de Saúde. O campo para os interessados que queiram acessar o formulário no site da Prefeitura e solicitar o cordão, clique aqui.
Já para o Brasil em geral, o site global da HD Sunflower (HiddenDisabilities), disponibiliza o conteúdo para as pessoas poderem compartilhar voluntariamente que possuem uma deficiência ou condição que não seja aparente e, que, segundo o HD Sunflower, necessitam de algum apoio.
Além disso, existe o formulário para aquisição do uso do cordão. O objeto vem como um crachá com foto e detalhes da deficiência, como afirmado pelo solicitante. Basta clicar aqui para adquiri-lo.
Comentários